A leitura tem o poder de transformar não só o nosso dia, mas também o jeito como sentimos e vivemos o mundo… E com as crianças não é diferente. Quando oferecemos livros que acolhem as emoções, despertam a imaginação e incentivam o autoconhecimento, estamos ajudando a construir um futuro mais empático e sensível.
Neste post, reunimos cinco obras encantadoras da literatura infantil que falam sobre medos, sonhos, descobertas e o valor das pequenas coisas. São livros que tocam o coração e que fazem parte daquelas lembranças afetivas que a gente guarda com carinho.
Prepare um cantinho aconchegante, chame quem você ama e mergulhe nessas leituras que emocionam e ensinam, com delicadeza, o que é crescer.
Chapeuzinho Amarelo
No livro ilustrado por Ziraldo, a protagonista é Chapeuzinho Amarelo, uma menina que tinha medo de tudo: medo de chuva, de escuro, de trovão, de bicho, de gente e, principalmente, do Lobo, o maior de todos os seus medos. De tanto medo, ela deixou de viver a infância como as outras crianças: não brincava, não sorria e nem saía de casa. O medo dominava sua vida.
Um dia, porém, algo muda: ela se depara com o próprio Lobo. Mas, em vez de atacá-la, o encontro faz com que ela perceba que o monstro não é tão assustador assim. O medo vai diminuindo, o Lobo perde o poder — e, em um jogo de palavras poético e divertido, a palavra “Lobo” vira “Bolo”, símbolo de alegria e celebração. O livro é ideal para crianças já alfabetizadas.
A bolsa amarela
Neste clássico a protagonista é Raquel, uma menina de 9 anos que vive cheia de sonhos e sentimentos que os adultos ao seu redor não levam a sério. Como ninguém parece escutar o que ela sente, Raquel decide guardar seus segredos dentro de uma bolsa amarela — uma bolsa velha que se torna seu refúgio e confidente.
Dentro dela, Raquel guarda três grandes vontades:
- Vontade de crescer logo, porque acha que, sendo adulta, será ouvida e respeitada.
- Vontade de ser menino, porque percebe que os meninos têm mais liberdade para brincar e se expressar.
- Vontade de ser escritora, pois quer poder inventar e contar suas próprias histórias.
Ao longo do livro, a menina vai aprendendo a lidar com essas vontades e a entender que crescer não é o mesmo que ser livre, e que a liberdade está em ser quem ela realmente é. Dentro da bolsa, as vontades ganham vida e voz, uma forma criativa e simbólica que a autora, Lygia Bojunga, usa para representar o mundo interior de uma criança imaginativa. Raquel conversa com elas, aprende, erra, ri e amadurece, até compreender que pode ser ela mesma, com todos os seus sonhos. O livro é melhor compreendido por crianças maiores, a partir dos 9 anos de idade.
O menino que queria ser uma árvore
A história conta a vida de um menino muito sensível e sonhador, que vive em harmonia com a natureza.
Ele adora observar as árvores — sua beleza, calma e paciência.
Enquanto todos ao redor vivem com pressa e ruídos, o menino sonha em ser como elas: tranquilo, firme, com raízes profundas e folhas que dançam ao vento.
O menino percebe que as árvores sabem esperar, ouvem o vento, acolhem os pássaros e oferecem sombra e frutos sem pedir nada em troca.
Encantado por isso, ele deseja ser uma árvore para também poder acolher, ouvir e estar em paz.
Ao longo do livro, Rubem Alves mistura poesia e filosofia para mostrar o contraste entre o mundo das crianças — cheio de imaginação e sensibilidade — e o mundo dos adultos, muitas vezes preso à pressa e à produtividade.
No final, o menino compreende que não precisa se transformar literalmente em uma árvore: ele pode ter um coração de árvore, cultivando dentro de si a mesma serenidade, sabedoria e amor pela vida que as árvores têm. O livro pode ser lido por crianças já totalmente alfabetizadas ou pelos pais, contando a linda história antes do sono.
O Rei de Quase-Tudo
Era uma vez um rei que queria ter tudo. Ele já possuía um castelo enorme, muitas terras, ouro, joias, animais, e ainda assim… Não estava satisfeito. Então, começou a tomar tudo o que via:
os rios, os mares, as montanhas, as florestas e até o vento! Queria que tudo fosse dele, o Rei de Quase-Tudo.
Mas, ao tentar dominar tudo, o rei vai perdendo o sentido das coisas. Com o tempo, o mundo ao seu redor fica vazio, silencioso e sem vida. Ele percebe que ter tudo não traz felicidade — pelo contrário, o isola.
No fim, o rei aprende que é impossível possuir o mundo e que o valor das coisas está em compartilhá-las. Ele entende que não precisa ser “rei de tudo”, mas pode ser feliz com o que tem e com quem ama. O livro é incrível para crianças de todas as idades, pois a mensagem de Eliardo França é essencial para todos.
Carona
Um surfista sai de casa pronto para curtir um dia de sol e boas ondas. Mas o que parecia ser um simples trajeto até a praia se transforma em uma verdadeira aventura! Pelo caminho, ele vai dando carona a personagens cada vez mais inusitados — um mergulhador, um herói, um jacaré, até mesmo um ladrão.
Com ilustrações vibrantes e cheias de humor, Carona convida o leitor a embarcar nessa viagem divertida e imprevisível, onde cada página revela uma nova surpresa. Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Ilustração, o livro de Guilherme Karsten encanta crianças e adultos com seu ritmo visual, criatividade e final inesperado.
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